29 de mar. de 2010

O jornalista e seu outro

Toda enunciação parte de um sujeito que se define em relação ao outro, segundo um princípio de alteridade, ou seja, sem a existência do outro não há consciência de si. O sujeito dessa relação traz o outro para dentro do discurso, a fim de que esse outro seja influenciado segundo a intenção daquele. No entanto, se o outro não agir de acordo com o que é proposto pelo enunciador, os dois serão levados a gerenciar sua relação, na busca pelo poder.

Pode-se dizer, com isso, que todo ato de linguagem está ligado à ação mediante as relações de força que os sujeitos mantêm entre si, relações de força que constroem simultaneamente o vínculo social. Diante dessa perspectiva, o que determina o modo de dizer é a imagem que o sujeito tem de si, do outro e a que ele considera que o outro tenha sobre ele (o sujeito enunciador). Essa imagem é elaborada a partir do que o enunciador sabe e pensa saber sobre o “tu” receptor.

Daí cria-se uma máscara, que não é de fato uma imagem falsa, mas a imagem do sujeito enquanto “ser em sua verdade da troca”, que, de forma mais simples, designaria como sendo nossa imagem diante do outro. Essa máscara é o que constitui a identidade do sujeito em relação ao outro, levando-nos a crer que no enunciado “há sempre o que é dito e o que não é, um não-dito que entretanto, também se diz”. (CHAURAUDEAU, 2006)

Enunciado algum surge isolado de um universo discursivo. São partes de séries ou redes organizadas por oposição ou seqüencialidade. As marcas deixadas para a construção de sentido são dependentes do contexto (PINTO, 1999). Assim, um discurso fora do contexto inicial poderá produzir efeitos diferentes do proposto pelo enunciador.


Jordana Cury
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Está aí o que eu quero que seja a base do meu TCC... sabe-se lá se vou conseguir encaixar alguma coisa nisso aí. rs