10 de fev. de 2009

Teorizando: Algo sobre linguagem e ação

Um dos textos mais esclarecedores [não estou sendo irônica] que eu já li:

Linguagem e ação são dois componentes de troca social que têm uma autonomia própria e que, ao mesmo tempo, se encontram em uma relação de interdependência recíproca e não simétrica.


[Não entendi direito, mas acho que é algo como uma pessoa que vive só mas depende se outra... talvez]


Todo ato de linguagem emana de um sujeito que apenas pode definir-se em relação ao outro, segundo um princípio de alteridade (sem a existência do outro não há consciência de si).

[Isso eu lembro bem das aulas do PF, um discurso sempre parte do enunciador para o seu outro - trazer o outro para dentro do discurso].

Nessa relação o sujeito não cessa de trazer o outro para si, segundo um princípio de influência, para que esse outro pense, diga ou aja segundo a intenção daquele.

[Sempre falamos procurando ter a razão e fazer o outro agir como queremos!].

Entretanto, se esse outro puder ter o seu próprio projeto de influência, os dois serão levados a gerenciar sua relação segundo um princípio de regulação.

[Imposição da verdade... a luta pra saber quem tem razão].

Princípios de alteridade, de influência e regulação são fundadores do ato de linguagem que o inscrevem em um quadro de ação, em uma praxiologia do agir sobre o outro. Mas, agir sobre o outro não pode continuar a ser uma simples questão de fazer fazer, fazer dizer ou de fazer pensar.

[O que é praxiologia?????]

O enfoque é acompanhado de uma exigência, a de ver a intenção seguida de efeito [sempre queremos uma resposta!]. Essa condição completa o enfoque comunicacional por meio de um objetivo que consiste em colocar o outro na obrigação de tomar uma decisão desagradável, isto é, em uma relação de submissão à posição do sujeito que fala.

A questão de saber o que pode obrigar o sujeito visado a submeter-se deve, então, ser colocada. Diremos que é a existência de uma ameaça ou a possiblidade de gratificação. [Resumindo: ou pressão ou presente!]

Uma ou outra constitui uma sanção, e é essa possibilidade que confere ao sujeito que fala alguma autoridade. Desde que essa seja reconhecida pelo parceiro na troca, o projeto de influência adquire um certo poder de ação. Dessa mesma forma o sujeito-alvo é colocado em uma posição de dominado, o sujeito de autoridade em uma posição dominante e os dois em uma relação de poder.

Assim, pode-se dizer que todo ato de linguagem está ligado à ação mediante as relações de força que os sujeitos mantêm entre si, relações de força que constroem simultaneamente o vínculo social.

------> Todo ato de linguagem está ligado a uma relação de poder! Simples!

* Texto de Patrick Charaudeau, Discurso Político