29 de abr. de 2009

Pensamentos da última noite

A gente cresce e vai ficando sem tempo de fazer as coisas que sempre fazia sem pressa alguma. Hoje me peguei pensando no tempo em que eu só tinha que me preocupar com a escola. Saía de casa 6h30, com a minha mãe brigando porque tava eu ia me atrasar e hoje eu só vivo atrasada. Tinha hora do lanche, sempre no horário certinho, hoje eu engulo a comida se não quiser ficar horas e horas sem comer.
Eu achava tão ruim a pressão do vestibular, mas hoje vejo que são bem maiores e piores as pressões do trabalho, da universidade, da idade, da família, da minha profissão de forma geral, de um futuro mestrado, de um namoro mais sério, enfim. Cresci.
Engraçado que quando eu era criança eu nem me imaginava com 21 anos. Parecia que o tempo nunca ia passar, hoje, outra diferença, parece que o tempo passa rápido demais, tanto que às vezes me vejo desejando que tudo pare só por um diazinho, pra eu poder dormir, comer, estudar... não sei, qualquer coisa em horário normal.
Tenho um medo tão grande do futuro. Tenho medo de não ser nada de importante, de não conseguir o meu mestrado e de ficar no lugar comum, onde todos ganham um piso ou menos e trabalham como condenados. Não é isso que eu quero pra mim.
Conheço pessoas que se me ouvissem falando isso diriam que eu só penso em dinheiro e que não sou realmente apaixonada pelo jornalismo porque jornalista de verdade tem que lutar junto à sociedade, mesmo que não dê dinheiro e blá blá blá. Quero ver essa luta pagar a educação dos meu filhos e meu salão de beleza [que tem saído um absurdo ultimamente]! rs.
O fato é que eu amo mesmo o jornalismo. Nem sempre o pratico como eu realmente quero, mas no geral eu gosto mesmo. Mas, isso não me faz uma fanática louca! Preciso de dinheiro. Preciso de estabilidade. Preciso poder viajar no final do ano e preciso ter vida!
Não é que eu queira ser rica, mas se eu for, melhor ainda!

24 de abr. de 2009

O carrinho improvisado


Foto: Thiago Amaral

"A gente brinca de tudo, de estrelinha, de pega-pega... só que a lama atrapalha, se tivesse menos lama a gente brincava mais"
Foto: Thiago Amaral
Cleiton Pereira, o mais velho do grupo, disse que a lama incomoda muito porque atrai mosquitos. “Fica tudo cheio de água, não dá para brincar muito e ainda fica tudo cheio de mosquito. Tem até dengue”.

Estrelhinhas

Thiago Amaral

Eu perguntei às crianças o que elas gostariam de pedir ao governador Wellington Dias. Elas responderam de imediato: “A gente quer que ele bote água aqui e que dê uma quadra e uma bola para a gente brincar”.


As crianças do bairro Parque Brasil



Foto: Thiago Amaral

Durante a solenidade de inauguração do sistema de eletrificação no Parque Brasil, Teresina-PI, cerca de 10 crianças, de idade entre 1 e 13 anos, brincavam nas ruas alagadas do bairro. A lama formada pela água das chuvas era palco das mais simples brincadeiras improvisadas.

22 de abr. de 2009

Risco de desabamento: Famílias vivem em situação crítica na zona Norte

Foto por Thiago Amaral
Tatiane dos Santos, 17 anos, grávida de dois meses, mora com o marido, Leandro Freitas, 19, na Rua Manoel de Aguiar, bairro Mafrense, zona norte de Teresina. Quando chove, os dois são obrigados a se mudarem para a residência da mãe de Tatiane, pois a água da chuva invade todos os cômodos da casa do casal. “A gente tem que ir, é o jeito. Ficar aqui não dá porque a água sobe mais de meio metro aqui dentro, em todo lugar. As paredes estão para cair, eu já tenho medo”, declara a jovem.

Leandro e Tatiane não são os únicos a viverem a situação. Oziel Carvalho, 23, também morador do bairro, contou que as principais vítimas são as crianças, que não têm como irem à escola sem passarem pela lama. “Quando chove aqui a água sobe e tudo vira lama, não se tem condições de passar pela rua. Para não deixar as coisas piorarem ainda mais, a gente tirou as pedras da rua lá de cima para colocar aqui, só para poder levar as crianças até a escola”.

Já para a Francisca Brenda, 18, que mora com o marido e a filha de apenas dois anos de idade, a situação é ainda mais crítica. Ela é obrigada a ficar na casa, mesmo quando há inundação. “Eu não tenho para onde ir. O que eu posso fazer? Coloco a menina no colo e espero a água baixar. É o jeito. Mas, está aqui o resultado de ontem: o chão ainda está molhado e tem um pedaço de pau para segurar a parede que caiu pela metade”.

O lado "bom"

Mosquitos, cobras, jacarés, sapos, ratos, caranguejeiras. Todos esses animais são encontrados com frequência pelos moradores do bairro. Como uma forma de “ver o lado bom das coisas”, os homens da rua Manoel de Aguiar caçam esses animais para o almoço.

Durante a reportagem, Oziel Carvalho e mais três moradores foram até o campo de futebol para verificar as tarrafas de pesca que deixaram na lagoa que se forma no local quando chove e acharam dois peixes. “É um pai e um filho”, disse uma das crianças, se referindo ao tamanho dos peixes. “Ganhamos o nosso almoço”, disse Ozael, feliz com o achado e concluiu: “Mesmo na desgraça temos como tirar proveito”.

Segundo Leandro, os moradores estão preparando uma galinha que servirá de isca para a caça de jacarés. Ele disse que é comum encontrar jacarés de todos os tamanhos e que isso é perigoso para as crianças. “É perigoso demais, se uma criança dessa brincar na rua sem ninguém estar olhando, é capaz de morrer atacada por bicho”.

Agora sim: Minha opinião sobre o Wendell


Eu nunca tinha ido ao Tribunal Popular do Júri, também nunca tinha visto um julgamento sem ser nas novelas mexicanas.


Foi empolgante!


Cheguei lá querendo o pior para o Wendell, prisão perpétua, se possível. Eu pensava: ele enganou a todos, eu mesma acreditava que ele era uma boa pessoa lá no 11°DP, aí agora eu vejo que ele matou e extorquiu.


Bom, não sei se foi a cara penosa que ele fez. Não sei se foi a grande defesa do defensor público Juliano Leonel, não sei se foi o choro da mãe dele... só sei que no meio do julgamento eu já tava com pena do Wendell e querendo que ele pegasse a menor pena.


A defesa dele foi fantástica, exceto o fato do defensor falar pelos cotovelos e ser muito apelativo (acho que fazia parte do show). Realmente, o mais fácil de se pensar é que Wendell era um pobre coitado, de família pobre que quando conseguiu finalmente algo bom na vida, foi tirar uma brincadeira e acabou tirando a vida de um "amigo".

Bom, mas na mesma noite ele usou a carteira de policial pra se divertir numa boite e dirigiu bêbado. Errou do início mesmo.

Outra coisa que me deixa sem querer acreditar nele é a quantidade de absurdos usados para adiar os julgamentos. No primeiro ele demitiu o advogado dias antes do julgamento e o novo advogado pediu tempo para estudar o caso.

No segundo ele deixou de pagar o novo advogado e esse saiu do caso no dia do julgamento.

No terceiro, sumiram com uma das testemunhas imprescindíveis da DEFESA. Fala sério né?! Das duas uma: ou o juiz adiava ou dava motivo para a defesa recorrer.

Por essas e outras, não sei o que pensar. Mas que ele tinha cara de inocente coitadinho ele tinha.

21 de abr. de 2009

A condenação: Somente o Ministério Público saiu satisfeito do julgamento de Wendell Reis

Se por um lado o juiz condenou o réu a 12 anos de prisão, por outro determinou que ele deve ficar em liberdade até o resultado da apelação da defesa, uma vez que Wendell Reis não tem personalidade voltada para o crime.

Juliano Leonel avisou que dentro de 10 dias, prazo mínimo estipulado pela Justiça, ele irá recorrer da sentença, uma vez que acredita na ilegalidade do julgamento, que foi realizado sem a presença de uma testemunha imprescindível.

Para o promotor Plínio F. de Carvalho, o julgamento não deve ser anulado, mas se for, o Ministério Público está pronto para reverter. “Fizemos de tudo para localizar a testemunha, não tem motivo para anular o julgamento mais uma vez. Com a decisão, o Ministério está satisfeito. Sempre que se faz justiça, ficamos satisfeitos”.

Ao sair da sala, revoltada, a mãe de Ricardo dizia: “Matou tem que ser preso, como pode alguém matar, ser tudo provado e a pessoa não ir presa? Está errado”.

Família Seabra não perdoa o réu: “Ele teve tempo demais para pedir perdão, por que fez isso só agora?"

Após a réplica e a tréplica, o juiz Antônio Noleto informou que a votação seria feita à portas fechadas e pediu que a sala fosse esvaziada, permanecendo apenas o júri, a promotoria e a defesa.

Enquanto o resultado era esperado, a família Seabra deu entrevista ao Portal O Dia. Segundo o padrasto de Ricardo, Carlos Alberto da Silva, a família não aceitou o pedido de perdão de Wendell. “Ele teve tempo demais para pedir perdão, por que fez isso só agora? A gente não perdoa, ele devia ter pensado nisso antes de fazer o que fez. Ele nem socorreu o Ricardo, como pode se dizer amigo? Eu mesmo nunca tinha visto os dois juntos. Esse crime teve um motivo, foi irresponsabilidade e isso é crime de homicídio doloso, espero que ele seja condenado como tal”.

Carlos Alberto afirmou ainda que para a família, o desaparecimento da testemunha foi uma forma de manobrar a Justiça e que o homem alto, mencionado pela oficial que teria levado Daniele Sousa de carro seria o irmão do réu, Wellington Reis.

A mãe de Ricardo, Rezelda de Azevedo Seabra, disse que as afirmações sobre a pensão paga à filha e à viúva da vítima são falsas. “Ele pagava 15%, mas ele já diminuiu esse valor duas vezes e agora tem um processo na Justiça, iniciado por ele, para cancelar a pensão completamente”.

A mãe de Wendell Reis, assim como a família de Ricardo, também estava presente no julgamento desde as 8h, mas não quis dar entrevista.

Réplica e Tréplica: Defesa e Promotoria reafirmam argumentos

Mesmo com o pedido da defesa, o Ministério Público decidiu pela réplica. Nesse caso, os promotores teriam direito de argumentar por mais uma hora e em seguida, a defesa poderia argumentar também por mais uma hora.

Plínio Fabrício reiniciou a argumentação sustentando que “Não há finalidade lícita em apontar uma arma para outra pessoa” e conclui a argumentação, depois de mais uma vez levantar as provas, dizendo que “o réu matou porque não sabe exercer autoridade. Matou porque quis matar”.

Na tréplica, o defensor Juliano Leonel apelou para as emoções do júri ao dizer que “não há punição mais grave do que a culpa que Wendell sente. Ele é culpado sim, por ter sido imprudente”. Mais uma vez a defesa ressaltou a importância da testemunha que não estava presente. “Se Daniele estivesse aqui, teria acrescentado mais detalhes ao júri”.

Defesa: “Foi uma irresponsabilidade, uma imprudência, e é isso que deve ser julgado”

A defesa de Wendell sustentava que o crime era caracterizado por homicídio culposo. Para começar sua argumentação, o defensor público Juliano de Oliveira Leonel afirmou que ainda era contra a decisão de ocorrer o julgamento sem a presença da testemunha Daniele Sousa. “A testemunha poderia trazer uma maior riqueza de detalhes ao Tribunal. Olhando para os olhos dela, vocês poderiam ver se ela estava falando a verdade ou não. É por isso que insisto na nulidade deste julgamento”.

Juliano Leonel afirmou que tem consciência de que o réu é culpado e que deve ser condenado, mas garantiu que não houve dolo, ou seja, o delegado matou sem intenção de matar. “Foi uma irresponsabilidade, uma imprudência, e é isso que deve ser julgado”. O advogado então ressaltou que Wendell Reis é um homem de origem pobre, um jovem delegado, que na época do crime havia acabo de passar em um concurso público. “Ele havia sido aprovado há oito meses, estava eufórico e afoito com o novo poder que tinha nas mãos por ser delegado. Usar uma identidade policial para entrar na boite só prova isso e esse fato não é tão incomum. É uma empolgação natural de jovens policiais, de jovens delegados”.

O advogado também ressaltou que em lugar algum do Brasil é ensinado que não se pode acionar uma arma desmuniciada e que provas mostram a existência de duas armas em poder de Wendell, portanto, é facilmente compreensível que pode ter havido troca, sem consciência, de uma arma pela outra. Foi citado na argumentação o depoimento de Maria do Amparo, policial que emprestou a arma para Wendell e com isso foram levantados os seguintes pontos:

Maria do Amparo havia afirmado que viu o réu bastante deprimido e inconformado dias depois do acontecido, postura incoerente com alguém que matou conscientemente, logo a morte de Ricardo não foi proposital.

Maria do Amparo também afirmou em depoimento achar que o crime foi um acidente e que a munição que havia entregado para Wendell servia para as duas armas.

A policial também destacou que a brincadeira feita com a arma de fogo foi repetida com seus filhos, mas na ocasião a arma não estava carregada.

A defesa ainda citou uma parte do depoimento de Daniel no qual ele afirmava não ter percebido a existência de outra arma porque estava no carro para se divertir, e, o depoimento da tão polêmica testemunha Daniele Sousa. “Ela havia afirmado que viu Wendell gesticular para seu irmão Wellington pedindo ajuda e que acreditava que a morte de Ricardo foi acidental. Ela também afirmou ter presenciado várias vezes Ricardo e Wendell tirarem brincadeiras entre si”.

Foi alegado, então, por Juliano Leonel que se Wendell se incomodasse com as brincadeiras de Ricardo, o teria matado há mais tempo, uma vez que a amizade era de 4 ou 5 anos e que a brincadeira entre os dois era recíproca.

Juliano, diante do fato de que o réu se ausentou do local do crime sustentou que “O senhor delegado fugiu por impulso, por estar desnorteado com o acontecido, não foi por má intenção”.

O defensor se despediu da argumentação agradecendo a compreensão do júri e afirmando que a hipótese de crime passional, por algum envolvimento amoroso de ambos com a mesma mulher foi completamente descartada desde o último julgamento. Ele então pediu à promotoria que não prolongasse mais o julgamento pedindo a réplica (1 hora a mais de argumentação).

Promotoria: "Como um amigo não presta socorro a outro? Ele matou com consciência"

O Ministério Público, representado no julgamento pelos promotores Eni Marques Pontes e Plínio Fabrício de Carvalho, alegava que o crime era caracterizado como homicídio doloso, uma vez que o réu tinha intenção de matar a vítima.

Para começar a explanação dos argumentos, Eni Marques indagou ao júri: “Wendell se dizia muito preocupado com a segurança dos policiais. Então por que, justo no dia do crime, Wendell deixou a delegacia sem armas?”

Na ocasião, o promotor leu partes do depoimento de Daniel, proprietário do bar, que disse em juízo ter visto o crime e também disse que o som ambiente era baixo, uma vez que já passavam de 2h e que por isso deu para escutar a brincadeira de Ricardo. Eni citou ainda que o tiro foi quase a queima-roupa, de acordo com a perícia realizada no corpo.

Para provar sua argumentação, Eni alegou que Wendell, por ser formado em Direito, por ter na época 30 anos, portanto não era um adolescente, por ter treino policial não poderia ter matado a vítima sem ter consciência do que estava fazendo. “Tinha consciência, sim”, afirmou o promotor.

Concluindo a sua fala, ele fez menção ao cantor Milton Nascimento: “Amigo é coisa pra se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração – não é para sair dando tiros no peito”.

Já o promotor Plínio Fabrício de Carvalho, que falou após Eni Pontes, “muito se quis, por meios ilícitos, que esse julgamento não ocorresse”. Para ele, toda a conduta de Wendell Reis, desde usar a carteira de policial para entrar na boite e se divertir, até o crime de extorsão do qual ele também supostamente teria sido responsável, mostra que ele não tinha boas intenções com a vítima.

Ele fundamentou seus argumentos na frase “Alguns homens não nasceram para ter poder” e numerou todas as infrações cometidas pelo delegado no dia do crime. “Usou de carteirada para entrar na boite e se divertir, bebeu portando arma de fogo, dirigiu após ter bebido, brincou com uma arma de fogo, matou um pai de família e ainda saiu sem prestar socorro. Como um amigo não presta socorro a outro amigo?”.

Também fez parte dos argumentos de Plínio o fato de que Daniel afirmou em seu testemunho que não viu duas armas dentro do carro. O promotor ainda afirmou que as armas eram diferentes, sendo que um Magnum 357 é uma arma restrita à autoridades e que as duas armas possuem munições diferentes.

"Foi uma irresponsabilidade cuja culpa eu assumo", disse Wendell Reis perante o juiz

Após o recesso, o delegado Wendell Reis prestou depoimento perante o juiz e o júri. Na ocasião, o juiz fez perguntas ao réu:

Juiz: É verdadeira a acusação de que o senhor matou a vítima Ricardo Seabra?
Réu: Sim, acidentalmente.

Juiz: As provas em relação ao homicídio são verdadeiras?
Réu: Sim, são verdadeiras, eu assumo que matei Ricardo, acidentalmente.

Juiz: O senhor conhecia a vítima fazia quanto tempo?
Réu: Fazia quatro ou cinco anos. Antes do acidente.

Juiz: O senhor tem algo contra alguma testemunha que aqui esteve presente? Ou essas testemunhas têm algo contra o senhor?
Réu: Não. Não tenho nada contra ninguém, conheço todos. Mas, não posso afirmar que elas não tenham nada contra mim.

Juiz: O senhor tem algo contra a família de Ricardo?
Réu: Não, nada. Mas não posso afirmar que eles não tenham nada contra mim.


Nesse momento, Wendell pediu permissão para relatar os fatos:
“Assumi a delegacia de José de Freitas em junho de 2003, juntamente com dois policiais, Marcos Vinícius e Manoel Sales. Quando cheguei lá, procurei estruturar a delegacia, principalmente porque havia necessidades em relação ao armamento. Não tinha arma, então, por segurança a assistente penitenciária Maria do Amparo me emprestou uma arma, revólver calibre 38, cano longo e mais seis balas. Essa arma foi repassada imediatamente aos policiais, que trabalhavam em plantões alternados e transfiram a arma entre si [...]. Como ainda não achava que os policiais estavam seguros, e essa era minha maior preocupação, quando vim à Teresina fui à Gerência de Armas e Munições – GAM – solicitar mais uma arma, pois os policiais estavam trabalhando desarmados. Eles me repassaram apenas a arma, sem munição e disseram ‘Se vire’. Então, tirei as balas da arma emprestada pela Amparo e coloquei nesse outra, que também era um revólver calibre 38. Como a arma era do Estado e a cautela estava no meu nome, pedi para os policiais tomarem mais cuidado, mas a minha preocupação maior era a segurança deles. Sempre que eu saia com as armas, a cautelada, municiada, era colocada embaixo do banco do carro e a desmuniciada, arma particular, entre os dois bancos, próximo ao freio de mão. No dia 05 de setembro, enquanto me dirigia para José de Freitas, estando próximo ao balão do São Cristóvão recebi uma ligação de um vereador, dando informações sobre um homicídio cometido em José de Freitas. Por causa disso eu liguei para a delegacia e avisei que não iria comparecer à cidade porque estava investigando o caso. Mas, ao chegar no 11° DP, onde seria feita a investigação, me deparei com uma paralisação do sindicato [...]. Às 18h, com as duas armas no carro, fui até a casa de uma tia e bebi três ou quatro cervejas em um bar em frente. Por volta das 22h fui para o trailer, a convite do meu irmão. Fui sozinho no meu carro, ele foi em outro com a minha tia Teresa. Havia alguns amigos no trailer, inclusive o proprietário, Daniel. Convidei todo mundo pra boite Side, mas fomos só eu e Daniel. Ao sair do carro, fiz uma coisa que nunca tinha feito, retirei a arma cautelada de debaixo do banco e coloquei na cinta, lembrei dos comentários dos meus amigos sobre roubo de carro e como a arma era cautelada, estava no meu nome. Me identifiquei como policial e entrei na boite. Passamos uma hora lá, até que eu chamei o Daniel para irmos embora, porque eu teria que trabalhar no outro dia em José de Freitas. Ao entrar no carro, através de um gesto rápido e sem consciência, coloquei a arma municiada entre os dois bancos, junto com a desmuniciada e abri a porta para Daniel. Passei no trailer para deixar Daniel quando vi meu outro irmão [...], ia descer para dar um abraço nele. Foi aí que vi também Ricardo, me cumprimentando de longe, nem sequer ouvi a brincadeira que ele fez, apenas queria brincar com ele e peguei a arma, pensando que era a desmuniciada e atirei, gritando ‘Polícia, amigo!’. Quando vi o que tinha feito, fiquei transtornado, ainda gesticulei para o meu irmão, para que ele ajudasse, mas, desnorteado, sai do local do crime e me dirigi à casa do meu pai, no Dirceu. Durante o percurso, sempre que olhava para a arma, pensava em tirar a minha própria vida, então, quando passei pela Ponte Tancredo Neves, joguei a arma pela janela. [...]. Eu disse pro papai ‘pai, atirei num amigo e quero saber como ele está, mas sai do local’, papai pedia calma e dizia que tudo ia dar certo. Eu nunca teria feito isso de propósito, nunca nem neguei o que ocorreu. Não foi por querer, eu não iria estragar minha vida no auge da minha carreira, enquanto tudo estava encaminhado. Se fosse meu irmão ou qualquer outra pessoa próxima teria acontecido também com eles, porque eu sempre fazia essas brincadeiras, sabendo que a arma não tinha munição. Eu sei que a família dele tem raiva de mim, mas eu nunca quis tirar a vida do meu amigo Ricardo [lágrimas]. Foi uma fatalidade. Carregarei essa dor pelo resto da minha vida . Eu peço perdão e clemência à família do Ricardo e repito que nunca quis lhe tirar a vida”.

A promotoria perguntou a Wendell porque ele disse que a arma entregue pela GAM teria sido um 38, se em depoimentos passados ele afirmou que era um revólver Magnun 357. Wendell respondeu que as duas armas são idênticas. “Não sou perito em armas, mas a munição que serve em uma, serve na outra. Só não sei identificar a diferença entre as armas sem analisá-las de fato”.

A promotoria então perguntou se o delegado apertou o gatilho ou a arma disparou sozinha. Ele respondeu: apertei, pensando que não tinha balas. Foi um gesto rápido.

A promotoria indagou ao delegado sobre sua nota nas aulas de armamento e tiro, na academia de polícia. “Passei com 10”, afirmou o réu, que completou que ainda tem porte de arma de fogo, mas nunca mais fez brincadeiras desse tipo com ninguém. Aproveitou para frisar que essa era uma brincadeira comum que ele fazia com todos os amigos próximos e ainda que Ricardo sempre retribuía a brincadeira. “Não tinha motivos para ficar com raiva, mesmo que eu tivesse ouvido a brincadeira, porque era algo natural, sempre brincávamos um com o outro”.

Continuando, Wendell afirmou que não se tratou de um crime passional e insistiu que não teria motivos para assassinar Ricardo. “Não existia motivo, foi irresponsabilidade minha, cuja culpa eu assumo”. Para finalizar, o delegado informou que, por decisão própria durante um acordo, passou a pagar pensão para a viúva e para a mãe de Ricardo. “Pago todo mês, descontado em folha, 30% do meu salário, 15% para a mãe, aplicada de forma vitalícia e 15% para a filha, até que ela complete 24 anos”.

Testemunhas explicam o crime: Wendell atirou em Ricardo e fugiu do local sem prestar socorro

O julgamento teve início às 12h25 com a leitura dos autos do processo. Em seguida, o juiz colocou a testemunhas em sequência e partiu para a oitiva. A primeira delas foi o professor Lucilândio Aguiar, testemunha de acusação, que por se declarar amigo da vítima foi colocado apenas como informante.

Lucilândio foi uma das pessoas que socorreu Ricardo após o tiro. “Quando Wendell chegou ao treiller, Ricardo se aproximou e falou a brincadeira ‘Só porque agora é delegado, não bebe mais com a gente?!’ O acusado então puxou um revólver e atirou, um pouco abaixo do peito esquerdo de Ricardo. Ele [Wendell] não prestou socorro algum e, quando eu sai de dentro do trailer eu só vi o Ricardo com a mão no peito pedindo ajuda. Coloquei ele dentro do meu carro, no banco da frente, e o levei, junto com Gutemberg, para o hospital, onde pediram que eu retirasse a camisa dele. Ao fazer isso, percebi que a bala transfixou o corpo de Ricardo, pois havia sangue na frente e nas costas”.

Segundo o professor, a vítima teria perdido muito sangue durante o deslocamento até o hospital e que dentro do carro ele dizia ‘Eu vou morrer, cara, vou morrer e não fiz nada’.

Ainda de acordo com o professor, a luminosidade e o som do ambiente não atrapalharam o reconhecimento das pessoas do local. “Tinha luminosidade normal, dava pra ver nitidamente qualquer pessoa e o som também não estava alto, então, acredito que Wendell tenha ouvido sim a brincadeira do Ricardo”. No entanto, o informante afirmou que não viu o acusado apontar e disparar a arma para a vítima porque nesse momento estava dentro do treiller, mas ouviu comentários posteriores de como tudo aconteceu. Ele também disse não ter ouvido nenhuma discussão antes do tiro e não saber que motivo teria levado Wendell a cometer o crime. “Uns seis meses antes eu lembro de estar bebendo numa mesa cheia de amigo em que estavam o Wendell e o Ricardo e o clima era amistoso, não percebi nenhuma desavença entre ninguém”.

A segunda testemunha, o comerciante Raimundo Nonato, também foi classificada informante porque se declarou amigo da vítima. Ele diz que não viu o disparo, apenas o ouviu de dentro do treiller e afirmou que depois do acontecido não ouviu nenhum comentário.

Por volta das 14h20 começaram a serem ouvidas as testemunhas de defesa. Uma delas foi Manoel Mendes de Sales, policial que trabalhava com Wendell na época do crime. Ele e o acusado trabalhavam juntos em José de Freitas, município do Piauí, há cerca de três meses. Como se declarou amigo, também foi classificado como informante.

Manoel disse que foi uma surpresa saber do que aconteceu, pois Wendell sempre teve boa índole. Ele explicou que a arma emprestada à delegacia para o trabalho dos policiais estava com Wendell no dia do fato e que era incomum que o delegado não repassasse a arma, um revólver calibre 38, para os outros policiais que permaneceriam no plantão. Ele respondeu à promotoria que não viu o registro numérico da arma e que por isso não pode afirmar que a arma apresentada como a que estava no carro do acusado foi a que saiu da delegacia. “Como só tínhamos essa arma, sempre que os policiais trocavam o plantão, um repassava a arma pro outro, mas nesse dia o Wendell tinha levado a arma para Teresina”.

A promotoria indagou sobre o tipo de treino realizado na academia para preparar delegados e policiais. O informante respondeu: “Na academia de polícia sempre disseram que não se deve apontar a arma para uma pessoa por brincadeira, não se pode colocar o dedo no gatilho sem necessidade de uso”.

"Ele não frententava minha casa nem foi padrinho do meu casamento"

Uma das mais esperadas testemunhas, a viúva de Ricardo, Camila Vanessa Monteiro Moura Seabra, depôs por volta das 15h30, como testemunha da defesa de Wendell. Entretanto, a estudante deixou bem claro que não está defendendo ninguém, que foi apenas arrolada como testemunha.

Camila insistiu no fato de que nada tinha a dizer sobre o acontecido, mas explicou que a afirmação que Wendell teria feito em depoimentos anteriores, de que seria padrinho do seu casamento com Ricardo era mentira. “Ele disse que foi padrinho do nosso casamento, isso é mentira. Casei na Igreja do quartel da Polícia Militar e a recepção foi no clube AABB. Wendell estava lá, mas estava como um convidado qualquer, não como padrinho”.

A promotoria indagou como a viúva soube do crime, ela respondeu: “Não estava na cena do crime, não vi nada, não sei de nada. Soube que o meu marido tava baleado porque minha comadre, madrinha da minha filha, me contou que ele estava no hospital. Mas quando fui para lá ele já tinha chegado a óbito”. Ela afirmou ainda não conhecer Wendell. “Ele nunca foi lá em casa, nunca o vi saindo com o meu marido. Não posso dizer que eles não se encontravam fora, mas sair juntos, nunca”.

Após dizer isso, a testemunha pediu para ser liberada porque deveria cuidar dos filhos pequenos. O juiz a liberou e deu um recesso de 20 minutos para almoço.

Testemunha imprescindível da defesa some: Manobras para adiar o julgamento?

Exatamente às 10h05, o juiz decidiu, mesmo sem a presença de Daniele Sousa, iniciar o sorteio dos sete componentes do júri. Durante esse sorteio, a defesa de Wendell impugnou todas as mulheres que foram sorteadas, resultando em um júri formado apenas por homens.

Às 10h30, diante da ausência de Daniele Sousa, o juiz cogitou adiar pela terceira vez o julgamento do delegado e, neste momento, a defesa e a promotoria debateram seus pontos de vista. Para a primeira, o julgamento não poderia ocorrer, tendo em vista o atraso da audiência e a ausência de uma testemunha constada nos autos do processo como imprescindível.

Para a segunda, o juiz não tinha motivos para adiar o julgamento, uma vez que estava clara a “manobra” da defesa para atrapalhar a Justiça. O Ministério Público considerou que a conduta do réu e da defesa prejudicava o andamento do processo, pois já seria o terceiro adiamento. Dessa forma, solicitou a prisão preventiva do réu caso o julgamento seja adiado. O juiz negou o pedido, ponderando que a medida não poderia ser tomada “por capricho”.

Pela convergência de idéias, o juiz Antônio Noleto solicitou então que mais uma vez a testemunha fosse procurada. No entanto, a oficial informou que, com base nas informações recém colhidas por ela mesma, Daniele Sousa teria saído de sua residência às 7h da manhã de ontem, portanto uma hora antes do julgamento, acompanhada de um rapaz alto e uma senhora “bem apessoada”.

Tendo em vista os relatos da oficial, o juiz entendeu que foi feito o possível para a busca da testemunha e que, através do Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição o julgamento deve ocorrer. A defesa por outro lado, prometeu recorrer à nulidade do julgamento, pois se ele fosse realizado sem a testemunha imprescindível, estaria fora da legalidade.

Marcela Seabra, prima da vítima, disse que lamentava os vários adiamentos do julgamento, já que não há dúvidas de que a morte de Ricardo foi provocada por Wendell. “Eu lamento tudo que ocorreu antes, mas agora estamos na esperança que tudo dê certo. Ele diz que foi um acidente, mas queremos que a Justiça seja feita, afinal de contas, acidentalmente ou não, ele tirou a vida de um pai de família”.

Juiz faz piada com atraso do julgamento de Wendell: "Deveria ter música aqui"

O julgamento do delegado Wendell estava programado para ter início às 8h de ontem (20), no Tribunal Popular do Júri, entretanto, às 9h da manhã ainda faltavam três testemunhas, uma da defesa e duas da acusação.
Nem o Ministério Público, representado pelos promotores Plínio Fabrício de Carvalho, nem a defesa, representada pelo defensor público Juliano de Oliveira Leonel, abriram mão das testemunhas. O juiz então pediu para que as mesmas fossem procuradas mais uma vez e trazidas, de onde estivessem.
Neste momento, a oficial de Justiça Teresinha se responsabilizou pela procura. Às 9h30, já estavam presentes duas das testemunhas que faltavam, mas Daniele Sousa, arrolada pela defesa como testemunha imprescindível para o julgamento não foi encontrada. O juiz resolveu esperar um pouco mais porque, segundo Teresinha, o chefe de Daniele a havia liberado para ir ao Tribunal prestar depoimento.
Com mais de uma hora de espera, o juiz Antônio Noleto fez brincadeiras na audiência, ironizando o longo tempo de espera. “É ruim esperar porque a gente nunca sabe no que vai dar, nessas horas deveria ter alguma música para ajudar a passar o tempo. Se alguém souber tocar violão, pode vir à frente”.

Delegado Wendell Reis é condenado pela 2ª vez a 12 anos de prisão

Na primeira hora desta terça-feira (21), após aproximadamente 13 horas de julgamento, o juiz Antônio de Reis Jesus Noleto proferiu a sentença condenando o delegado de polícia, Wendell Reis, a 12 anos de reclusão, pelo crime de homicídio doloso praticado contra a vítima Ricardo Seabra em 06 de setembro de 2003.

O condenado deverá cumprir a pena inicialmente em regime fechado, na Penitenciária Vereda Grande. No entanto, até a apelação da defesa, Wendell deverá ficar em liberdade. Além disso, o delegado foi condenado a pagar multa de cinco salários mínimos por danos morais e mais cinco salários pelos honorários advocatícios.


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17 de abr. de 2009

Micos que presenciamos por aí...

Elvira Raulino, durante a apresentação de um novo curso de inglês, fala, sem nenhum contexto:

- I AM WONDERFULL!

Reação do professor:

- O que?!

Ela, insistente, repete:

- I AM WONDERFULL!

Reação do professor:

- Ok.

10 de abr. de 2009

Reitor diz que demitirá comerciante que cobrar preços abusivos na UFPI

Durante uma coletiva de imprensa na manhã de hoje (8), o reitor Luis Santos Júnior, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), esclareceu sobre as licitações dos espaços físicos da instituição, assunto que têm gerado protestos e manifestações estudantis desde a semana passada. Segundo o reitor, por ser um processo legal, as licitações não podem ser barradas.

“Poderemos discutir outras formas, se alguém trouxer exemplos praticados em outras universidades brasileiras, podemos fazer algumas alterações no processo, mas barrar por barrar, não. É um processo legítimo e necessário para a UFPI”, explica.

De acordo com o edital, ganhará a licitação a pessoa física ou jurídica que oferecer o maior preço pelo espaço, sendo que o preço mínimo previsto no edital é de R$ 150. Baseados nisso, alunos e professores deduziram que o valor dos produtos, como as fotocópias, por exemplo, aumentarão de forma considerável, prejudicando diretamente a vida estudantil.

No entanto, de acordo com o reitor, após o processo de licitação, a UFPI poderá impor preços aos comerciantes, se o valor for considerado abusivo. “Da mesma forma que contratamos podemos quebrar o contrato. Se nossos alunos forem explorados, demitiremos o comerciante”.

Para Luís Júnior, a licitação é necessária para poder padronizar os serviços dentro da UFPI. Segundo ele, muitos dos pontos de lanche não estavam de acordo com as exigências da Vigilância Sanitária.

6 de abr. de 2009

Alunos reivindicam contra licitação na UFPI

Em manhã conturbada, alunos da Universidade Federal do Piauí - UFPI estão fazendo um grande protesto contra o processo de licitação das barraquinhas de lanche e dos pontos de xerox. Segundo os estudantes, no edital do processo é explicado que ganhará a licitação a pessoa física ou jurídica que pagar o maior aluguel. Nesse caso, o mais provável é que os preços dos produtos aumentem, prejudicando os estudantes da instituição.

Com o apoio de alguns professores e mais de 300 alunos, eles fecharam o balão central da UFPI com paus, carros e galhos de árvore, atrapalhando totalmente o trânsito do local. Entre as buzinas, os estudantes utilizam-se de apitos e mega-fones para reivindicarem.

"Estamos aqui desde as 6h da manhã. Já tentamos falar com o reitor, mas ele nunca está e agora avisaram que ele está viajando. Temos o apoio de todos os Centros Acadêmicos. Não deixaremos esse processo acontecer", disse Narah Carter, membro da diretoria do DCE (Diretório Central dos Estudantes).

Após desbloquearem o balão da universidade, os estudantes se dirigiram ao R.U. (Restaurante Universitário), onde pretendiam comer de graça, apenas por hoje, como outra ação de protesto. No entanto, ao chegar se depararam com o cartaz: "Hoje, 2ª Feira, o RU não funcionará para almoço. Motivo: Bloqueio do acesso à unidade de abastecimento e produção da refeição". Revoltados, os alunos divulgaram que souberam por fontes seguras de dentro do próprio restaurante, que o reitor Luiz Júnior ordenou que não seja disponibilizado o almoço na manhã de hoje. O objetivo seria a dispersão dos estudantes e o enfraquecimento da manifestação.

De acordo com informações colhidas pela equipe de reportagem do Portal O DIA, todo o protestou se iniciou quando os alunos obtiveram a informação, junto a empresários dos ramos de fotocópias e lanches, que se o processo de licitação for aceito, as xérox irão aumentar de R$ 0,07 para R$ 0,15.

"E ainda querem trazer o McDonald's e o Bob's pra cá, imagina só quanto nos vai custar esse lanche? O reitor tem que entender que nós somos apenas estudantes de uma instituição pública e deveria lutar para proteger nossos interesses e não o contrário", desabafa um aluno de administração da UFPI.

A proprietária de uma das barraquinhas de lanche, Belita, que está há 16 anos no local, explicou que não é contra o processo de licitação, mas sim contra a forma que está sendo implantado. “Recebemos apenas uma notificação durante as férias, sem diálogo, sem acordo. O reitor não quis receber a gente, nem as vendedoras de bombons estão isentas do processo. A situação é difícil, quem está aqui há mais de 20 anos não terá a mínima prioridade. Sabemos que podemos participar, mas não temos certeza nenhuma que vamos ganhar, até porque há empresas participando”.

A secretária Érica, da reitoria, informou que o reitor está em viagem e por isso não pode atender à manifestação dos alunos. Descontentes e com fome, os estudantes organizaram um novo protesto planejando invadir a reitoria, com direito até a lema: "Se não tem comida, nós vamos almoçar na reitoria". Entretanto, procurando uma forma melhor de articulação, os resolveram fazer uma Assembléia Geral, sentados no chão em frente à sala da reitoria, para discutir os próximos rumos do protesto.

O estudante Frederico Kaiser, do Centro Acadêmico de Economia e conselheiro do Conselho Administrativo (CAD), afirmou que há um projeto feito pelos alunos, junto com os proprietários dos pontos, para ser apresentado ao reitor, como forma de evitar a licitação.

“Temos um projeto, há várias alternativas, uma delas seria o pagamento de aluguel do ponto, os proprietários aceitaram, mas o reitor não quer ouvir. Essas pessoas vivem disso, não podemos fechar os olhos para a situação. Não vamos parar até nos garantirem que o processo será cancelado. Entendemos que essa é uma forma de privatização”.

1 de abr. de 2009

O que achar desta foto??


a) Nazareno está muito suspeito
b) É tudo intriga da oposição
c) Finalmente uma foto natural do deputado

Foto tirada do site do Deputado Nazareno Fonteles: www.nazarenofonteles.com
Deu até vontade de abrir o link de comentários dessa vez...